6.07.2006

12 – Implosão.

Se alguma coisa foi desde o princípio evidente, é que estas crónicas falam de luta, de pequenas e amáveis lutas entre distintas maneiras de ser. Nunca as quis isentas de conflito, aquele conflito amigável que tanto agrada ao Rui Constâncio, a palmada cúmplice e acompanhada de um piscar d‘olho. Caricaturei amigos nestas páginas, mas, se virmos bem o assunto, não fiz mais do que retocar a máscara de comédia que eles próprios se comprazem em apresentar no dia-a-dia. O Paulo, por exemplo, tem cultivado um trato bruto e soez que muito o diverte, e que eu me limitei a enrugar numa caricatura, situando-o no cu do Macaco com Hemorróidas, em Bostis Merdix 7. Tudo isto foi feito de boa mente, e não tinha outra intenção que não fosse esta, unir mais as pessoas em torno de uma brincadeira resultante de uma vivência comum. Toda a gente sabe, todavia, onde vão parar as boas intenções.

O dia de hoje não me correu bem. Não quero com isto dizer que os dias corram assim ou assado, porque, hoje em dia, graças à modernidade dos tempos, os dias não correm, antes decorrem em paralelo, pistas múltiplas por onde deslizam as diversas questões que nos afectam. Em duas dessas vertentes, uma pessoal e outra profissional, o meu esquiador topou com um pedregulho dos grandes, estatelando-se ao comprido. Tentando recompor-me um pouco, pus-me então a pastar por veredas secundárias, e fui dar de caras com o comentário do Z9 à crónica Nº. 11. Não ajudou.

Trata-se, inegavelmente, de um comentário perfeitamente legítimo, ao qual nada há a reprovar, mas que teve o condão de transportar esta brincadeira para um plano completamente diferente daquele que originalmente norteou este projecto. Tem de lamentável o facto de não fundamentar qualquer opinião, mas compensa essa deficiência menor com palavras como nojo, em maiúsculas, boçalidade e baixo quilate, coisas que, se vistas em conjunto com a (correcta) exclusão do caranguejo da classe dos mamíferos, não permitem acalentar ilusões sobre as intenções do comentador. Como costumava dizer o Bugs Bunny, “you know, of course, that this means war!”. Pois bem, não quero nada disso.

Volto a dizer, o único objectivo destas crónicas foi ajudar a unir a tertúlia da mesa 19, numa época em que as tertúlias são tão difíceis de encontrar e manter. Espero que alguns dos textos que atrás ficaram escritos tenham tido um papel, mesmo que modesto, nesse nobre desígnio. Mas tudo tem um fim, mesmo a salsicha, que tem dois, e o que é demais pode sempre fartar, pelo que tudo leva a crer que chegámos ao fim da linha.

Assim, com muita pena minha, despeço-me das crónicas da mesa 19, com um grande agradecimento a todos os que tiveram a paciência de as acompanhar. Este espaço não morre, mas fica apenas suspenso, só não sei dizer até quando. Um dia, se as condições o justificarem, as crónicas voltarão. Até esse dia, aceitem um grande, Até já, do vosso amigo Fózi (aka Nuno Coelho).

3 comentários:

Anónimo disse...

Desde o início acusei que não me sentia abraçado em 'Crónica'. Depois discordei de envolver no casting dos textos figurantes externos. O mérito deste Blog seria cometer à escrita alguma ventilação dos nossos rituais e disparates. O autor Fozy cumpriu, a meu ver, nalguns nacos. Noutros, a coisa não levantou vôo. Sem guerra, dizem alguns, não existe progresso.

Anónimo disse...

E assim vai o mundo...! como se começavam aqueles documentários a preto e branco que na nossa infância antecediam os filmes, isto no tempo que havia edifícios de cinema monumentais como o Monumental, o Roma, o Alvalade (que vai renascer das cinzas mas à moda moderna, tipo centro comercial), o Império! antes de ser império dos Manás, e sei lá quantos mais.
Outros tempos, outras vontades... e outras verdades. Que isto da verdade é muito subjectivo e tem a ver com conveniências. Mas não nos dispercemos. Seja como fôr, as crónicas da mesa 19 foram uma ficção elaborada sobre figuras reais. Qual realizador de Hollywood não se inspira num personagem que por mero acaso está sentado ao seu lado ao almoço, num fast food, a comer uns tachos? Mas a mesa 19 e as crónicas têem (e não digo tinham, porque acredito que apenas entraram em modo hibernate), uma faceta muito positiva, o trabalho e os vermes associados que nos tentam digerir diáriamente, estavam isentos na generalidade dos textos e só eram referidos na mesa exactamente pelos vermes que são.
Daí que, Nuno, tens o meu apoio para quando sentires que chegou o momento lançares a crónica número 13, um número bastante controverso, azarento para uns, afortunado para outros.

Anónimo disse...

MAS QUEM È AFINAL O "ANIMAL" ??? Meus Amigoszzz: Nem pensem que me furtarei a querer continuar a ler as loucas divagações do Fozy! Cambada de "broncos"! Está-me a parecer que afinal estão todos a querer vestir-se na pele da Miss Piggy... seus "travestis"... The Muppet Show Must Go On. Se porventura o meu comentário à "11" provocou algum "levantamento de rancho", não digo que, com frontalidade e muito buçalmente, não me tenha atirado para o chão de tanto rir... mas a intenção foi apenas dirigida ao perigoso Terminator, denunciado pelo Fozy!
Entretenham-se e busquem a vossa verdadeira personalidade "marreta" em http://quizilla.com/users/AutumnSong123/quizzes/What%20Muppet%20are%20you%3F/
Já fiz o teste: afinal o Fozy tinha razão...
ASSINA - ANIMAL -
P.S. - Venha a "13" ou refaz a "12". Fico à espera ! Quando chegares à "68", dou de barato que passes para a "70" (problema teu...!)