6.26.2006

14 – Não-crónica.

No que é um parêntesis ao habitual estilo destes textos, formalizo-me, excepcionalmente e em bicos dos pés, para declarar que a crónica 14, a original, foi definitivamente retirada do blog, em resposta aos justos protestos da Vânia, que se considerou parte ilegitimamente lesada, quer na sua própria pessoa, quer na do Gonçalo, asserções que o autor não ousa desmentir.

Apenas como explicação, que não justificação, relembro que estas crónicas foram definidas, há já muito tempo, como caricaturas bem-humoradas de umas quantas pessoas, sendo evidentemente mais fiel a caricatura, quanto maior o conhecimento que o cronista tinha do seu alvo. Isso justifica um certo exagero na distorção das veras feições da pessoa visada, quanto mais nos é desconhecida essa pessoa.

Há ainda que lembrar que os factos narrados nas crónicas não são verdadeiros, antes obras de imaginação, filigranas construídas sobre as areias de um qualquer episódio solto, como foi o repararmos nós que a Vânia deixara de usar certo anel, e que certa pessoa deixara de ser vista por lá. Daí a inventar um lance em que a Vânia nos contava isto e mais aquilo, foi um curto passo. Mais uma vez, não tive a consciência do efeito que tal invenção poderia produzir no leitor, neste caso, a própria Vânia, do que igualmente me penitencio.

Em suma, este blog entra hoje no seu caminho legítimo, do qual lamento me ter transviado. A águia Sam tinha razão, a história da mesa 19 não se escreve com lápis importados, mas com as nossas veras tintas, pelo que esta cronologia promete, desde hoje, voltar-se sobretudo para dentro. Às vítimas inocentes dos erróneos desvios do percurso, sobretudo à Vânia e ao Gonçalo, as nossas sinceras desculpas. Lastimo sinceramente ter ofendido, embora sem ser por mal.

Afinal não é o treze que dá azar, a crónica catorze é que não devia ter existido. Enfim, quod scripsi, scripsi, e só nos resta aguardar a quinze. Enquanto ela não vem, tentem não levar a vida muito a sério, ou então morrem. Tá?

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